terça-feira, 31 de março de 2009

A Música Brasileira Pede Socorro!

A Música Brasileira Pede Socorro!



Imunidade Tributária Já!


Profissionais da música iniciam movimento para que o congresso aprove com rapidez a PEC 98/07 que concede imunidade tributária na produção e na comercialização da música brasileira.



Os artistas brasileiros e os profissionais do ramo pedem o comparecimento dos deputados federais no Congresso Nacional no dia primeiro de abril de 2009 para a aprovação da PEC 98/07. A música brasileira agradece.



A PEC 98/07 visa acabar com o excessivo peso dos impostos e a complicada burocracia associada ao pagamento destes tributos na comercialização da música tanto no formato físico como digital. Como se não bastassem as incoerências tributárias da União, o fisco estadual impõe ao mercado fonográfico o pagamento antecipado do ICMS por substituição tributária cujo recolhimento prévio pode significar a falência de uma empresa de pequeno porte que, por ventura, tenha a “sorte” de ter um sucesso de vendas em seu catálogo de produtos.



A PEC 98/07 pede imunidade tributária aos fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil, contendo obras musicais ou lítero-musicais de autores brasileiros, e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros, bem como os suportes materiais ou arquivos digitais. Os produtos estrangeiros, licenciados de outros países, não receberão o benefício.



No passado, incentivos fiscais contribuíram para que o Brasil se tornasse um dos três países de maior produção de música nativa no mundo, precedido apenas pelos EUA e a Inglaterra. Tais incentivos atraíram investimentos internacionais para a música brasileira e permitiram o desenvolvimento de uma indústria pujante, geradora de centenas de milhares de empregos formando uma cadeia produtiva bem remunerada além de proporcionar aos mais diversos segmentos sociais uma equalização sócio-econômica ímpar, posto que talento não procura berço e que, a despeito do nível social ou acadêmico de seus criadores, a produção de música gravada proporcionou sucesso e ascensão social a uma enorme diversidade de brasileiros. Essa indústria, hoje diversificada com a presença de todas as multinacionais do disco, centenas de grav adoras independentes e milhares de artistas auto produtores vem, desde então, gerando um patrimônio intelectual para o país de inestimável valor e representatividade cultural além de desenvolver um manancial inesgotável de divisas para o Brasil. A música brasileira é a nossa maior e melhor fonte de patentes e vem sendo observada pelo governo, segundo pesquisas do SEBRAE, como estratégica na afirmação qualitativa da “Marca Brasil” e afirmativa da nossa diversidade cultural e da identidade nacional frente à globalização que hoje se consolida em todo o planeta.



Por força de interesses diversos, esses incentivos foram mudando suas características e isenções até que para tentar compensar suas perdas, os fabricantes de discos, já solidamente instalados em Manaus, aproveitaram-se das leis de incentivo da Zona Franca que já os beneficiava na fabricação, para estender suas atividades para as operações logísticas de distribuição, atribuição esta, até então, desenvolvida por cada uma das gravadoras através de todo o País. Tal distorção levou ao desmantelamento de uma rede secular de distribuição fonográfica específica e juntamente com a pirataria, ao fechamento de grande quantidade de pequenas lojas especializadas na venda de discos. O resultado foi uma queda de faturamento da indústria da música, de um bilhão de dólares em 1999 para pouco mais de um quarto desta re ceita em 2007.



Além do acima relatado, a atribuição de isenções apenas à fabricação e distribuição ao invés da produção de conteúdo, fato gerador do real valor do produto fonográfico, criou uma das maiores distorções tributária do país, duplamente prejudicial à música. Por um lado o pequeno produtor e o artista auto-produtor brasileiro, ao distribuir seu produto, arca com uma carga tributária duas vezes maior que o produto internacional fabricado e distribuído a partir de Manaus. Por outro lado, não é interessante economicamente e de absoluta impossibilidade logística para as oito fábricas/distribuidoras localizadas em Manaus distribuírem toda a diversidade fonográfica fabricada por eles mesmos.



Assim, houve uma avassaladora concentração de mercado, pois o atendimento das fábricas/distribuidoras ao mercado, que já contou com 4500 pontos de venda, restringe-se hoje às grandes redes de lojas, algumas sem qualquer especialidade fonográfica, como supermercados, e lojas de eletrodomésticos que buscam apenas produtos de giro rápido, além de sítios virtuais na Internet que vendem de máquinas de lavar a camisinhas, deixando à margem do mercado a produção experimental e evolutiva, que no passado consolidou gênios como, Caetano Veloso, João Gilberto, Gilberto Gil, Djavan, Tom Zé, Chico Buarque, entre tantos outros.



A imunidade tributária é de extrema importância neste momento difícil de recursos escassos, baixo consumo, e principalmente ao combate a pirataria física e digital.



Com certeza a imunidade tributária na produção de música no Brasil poderá dar um fôlego tanto para as empresas nacionais como as internacionais instaladas no país, no que diz respeito ao investimento na música brasileira.



Esta luta pela imunidade tributária foi iniciada em 2007 durante a Festa da Música em Canela (RS), usando por base a lei constitucional de imunidade tributária do mercado livreiro - uma vez que a música é igualmente uma formadora didática de informação de massa. É preciso lembrar que quando foi concedida imunidade semelhante para o livro em 1948, o trôpego mercado editorial brasileiro não só se recompôs como experimentou um boom que dura até hoje. E música é sem dúvida o maior patrimônio cultural deste país. Outro aspecto a ser considerado é que a cadeia produtiva da música emprega mão de obra numerosa e de qualidade, compositores, músicos, produtores, técnicos, designers, marketing, etc. E nesses últimos dez anos por inúmeros motivos foram perdidos mais de 45 mil postos de trabalho no mercado musical bra sileiro. Nesta questão é preciso salientar que com o aquecimento do mercado através desta imunidade a indústria poderá voltar a contratar, gerando cada vez mais postos de trabalho e renda a estes profissionais.



O mercado estima que, com a imunidade tributária, os CDs e DVDs poderão ficar cerca de 30% mais baratos nos pontos de venda. Além disso, a lei contempla também o comércio de música digital, que poderá a partir daí se estabelecer de fato, revitalizando a produção e proporcionando maior acesso da população a nossa música.



A PEC 98/07 está em tramitação na Câmara dos Deputados em Brasília,

e será votada em plenário dia primeiro de abril, para depois, ser encaminhada ao Senado.



A imunidade tributária pleiteada pela PEC 98/07, conhecida como a PEC da Música, de autoria do Deputado Otávio Leite (PSDB/RJ), tendo como co-autores um colegiado pluri partidário, formado pelos seguintes parlamentares; Deputado José Mucio Monteiro (PTB/PE), Deputado Ciro Gomes (PSB/CE), Deputado Átila Lira (PSB/PI), Deputado Zenaldo Coutinho (PSDB/PA), Deputado Flávio Dino (PCdoB/MA), Deputado Nelson Trad (PMDB/MS), Deputado José Eduardo Cardozo (PT/SP), Deputado José Otávio Germano (PP/RS), Deputado Fernando Coruja (PPS/SC), Deputado Marcos Montes (DEM/MG), Deputado Albano Franco (PSDB/SE), Deputado Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), Deputado Walter Pinheiro (PT/BA), Deputado Luiz Bittencourt (PMDB/GO), foi formulada por estes representantes eleitos em con sonância com a indústria fonográfica brasileira observando o cuidado de não desestabilizar o status atual dos fabricantes, fornecedores e parceiros da Música do Brasil, que investiram na Zona Franca de Manaus e que hoje, com o desenvolvimento logístico por eles implementados em seus negócios, distribuem além de discos contendo fonogramas e vídeo fonogramas (CDs, DVDs e Blu-Rays), toda sorte de produtos provenientes de injeção de matéria plástica inclusive os famigerados discos virgens base da pirataria eletrônica que assola o país e que, interessantemente, demonstrou desempenho inversamente proporcional ao do disco gravado com conteúdo cultural, pois este caiu de uma produção de 200 milhões de peças ano para meros 80 milhões sendo que em pouco mais de dois anos a produção de mídia virgem no país cresceu de 13 milhões para 180 milhões de discos ano não estando contemplada pela


PEC da Música e, por conseguinte não abalando as estruturas de tais fábricas. Notável é ainda o fato de que DVDs de filmes e séries televisivas, mídias contendo softwares, discos de artistas internacionais, não serão afetados por tal imunidade e continuarão se beneficiando das isenções obtidas pela distribuição a partir de Manaus.


Lamentavelmente, a única oposição a esse projeto tem sido até agora demonstrada pelos representantes do Amazonas que insistem no monopólio da Zona Franca de Manaus para as isenções tributárias deferidas pelo Governo Brasileiro e isso doa a quem doer. Assim, os milhões de representantes da música em todo o Brasil esperam que os motivos acima relatados sejam suficientes para uni-los à causa maior da música brasileira uma vez que este Estado tem na Festa de Parintins uma das mais preciosas representações culturais daquela região sendo música a base desta importante manifestação de identidade do povo amazonense.



Estúdios de gravação estão fechando suas portas, músicos especializados em gravações são cada vez mais raros, lojas de discos mudaram de ramo, profissionais da Indústria estão desempregados, a produção brasileira de conteúdo musical tem encontrado em grandes autores o desânimo de produzir sem uma justa remuneração, artistas de renome mundial trabalham seus discos hoje de forma independente e se vêem reféns de um sistema de radiodifusão corrupto e distorcido, camelôs tomam lugar de comerciantes pagadores de impostos, formadores de profissionais e contribuintes da previdência social, meios de comunicação e mídia irresponsavelmente vaticinam o fim de uma mídia que conta no Brasil com 700 milhões de aparelhos aptos a reproduzir a mais nobre das artes brasileiras e que é o maior motivo do orgulho nacional, se gundo pesquisa da empresa de marketing Ogilvy.



Em suma, a música brasileira pediu socorro e uma enorme quantidade de parlamentares, cientes de sua importância e representatividade para a nação, estão se empenhando por sua aprovação tendo ela passado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e que irá, no dia primeiro de Abril próximo, à votação do relatório da Comissão Especial da Câmara, presidida pelo ilustre Deputado Décio Lima (PT/SC) e relatada pelo representante de um dos Estados mais musicais da União o Deputado José Otávio Germano (PP/RS). Este é o próximo passo

para que a PEC da Música possa ir a plenário ser apreciada por todos os representantes do País no Congresso Nacional e em seguida no Senado.



A classe musical está sendo representada pelo presidente da ABMI Roberto de Carvalho (Robdigital), o ex-presidente da entidade Carlos de Andrade (Visom Digital), o jornalista Fernando Vieira da Festa da Música - RS, pelo presidente da ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos) Paulo Rosa, pelo o Autor da PEC 98/07 (PEC da Música), como ficou denominada, o Deputado Otávio Leite PSDB/RJ, o Relator da PEC Dep. José Otávio Germano PP/RS e o Presidente da Comissão Especial que julga a PEC na Câmara Dep. Décio Lima PT /SC.





QUEM SE BENEFICIA


Gravadoras de todos os tamanhos, editoras, sociedades de arrecadadoras, produtores de conteúdo, de suportes e distribuidores de

conteúdo (CDs, DVDs, telefonia celular, Internet, rádios e TVs), Intérpretes, autores e músicos, lojistas, atacadistas, integradores,

provedores, estúdios de gravação, fábricas de CDs e DVDS, e toda a cadeia produtiva da música gravada. E principalmente o consumidor final.



POSIÇÃO DA INDÚSTRIA FONOGRÁFICA ATUAL:



Nos últimos 10 anos a Indústria Fonográfica Brasileira teve seu faturamento reduzido de um Bilhão de dólares anuais para menos de 300 Milhões de Reais. Vítima da prática infame da pirataria esta Indústria perdeu, além de significante faturamento, mais de 45.000 postos de trabalho formal em um setor cuja mínima retribuição salarial é de dois mínimos. Note que os impostos previdenciários não estão nesta imunização e nosso objetivo é recuperar esses cargos com as ações abaixo descritas. Além disso, o imposto arrecadado por esta decrescente Indústria representava em 2006 apenas 0,02% da arrecadação bruta da União e sua derrocada em nada acrescentará ao País que detém o segundo lugar na produção mundial de música nativa, sendo 75% do mercado gerado pela produção de música brasileira.



O QUE REPRESENTA A MÚSICA PARA O PAÍS



A música brasileira é a nossa maior e melhor fonte de patentes e vem sendo observada pelo Governo, segundo pesquisas do SEBRAE, como estratégica na afirmação qualitativa da “Marca Brasil” e afirmativa da nossa diversidade cultural e da identidade nacional frente à globalização que hoje se consolida em todo o planeta.

A música tem sua base econômica na propriedade intelectual e o direito autoral e fonográfico são patentes de grande valor para a geração de divisas da União. Na década de 70 o grupo ABBA rendeu mais divisas à Suécia que as fábricas Volvo e Scania juntas.

Os Países de “Terceiro Mundo” vivem do que plantam, os “Desenvolvidos” do que produzem, mas o verdadeiro “Primeiro Mundo” vive do que pensa e suas patentes são a forma de remuneração por sua inteligência sócio-econômica. As Indústrias criativas (Música, Cinema e Literatura) representam 8% do PIB mundial.



NO QUE A IMUNIDADE BENEFICIARIA A MÚSICA BRASILEIRA



As isenções tributárias fomentam Indústrias de modo definitivo. Exemplos como as recentes isenções da Indústria de Informática que vem multiplicando a inclusão digital em nosso País. O efeito da redução do IPI na recuperação das vendas e a manutenção dos empregos na indústria automobilística. A imunidade tributária do livro, fez decuplicar a Indústria editorial bem como livrarias cada vez mais sofisticadas e oferecendo produtos de maior qualidade. E a própria Zona Franca de Manaus que permitiu o desenvolvimento de tecnologia fabril em uma região de difícil acesso, logística inadequada, clima inóspito e despreparo profissional transformando-a numa das regiões mais prósperas do País.



Com o desaparecimento das lojas de discos ou a troca do seu foco para livrarias e supermercados o produto fonográfico, o mais representativo da cultura nacional, é hoje coadjuvante entre publicações e produtos secundários.



A imunidade busca a recapilarização da distribuição fonográfica, a prática da consignação, hoje impossível pela exigência dos tributos antecipadamente às vendas, o preço de capa nos discos e, evidentemente, a diminuição dos valores do produto fonográfico para seus consumidores que, dada a assimetria fiscal existente no País, pode oscilar entre 15% e 30% na comercialização dos discos e chegar a 40% nos fonogramas comercializados por telefônicas ou empresas de Internet.



Todas essas ações fomentariam determinantemente o setor trazendo de volta uma quantidade de empregos formais e de qualidade remunerativa (músicos, vendedores, maestros, técnicos de som, produtores, etc.).



Além disso, faltam recursos para Governo em combater a prática infame da Pirataria Fonográfica, esta Indústria teria ao menos sua equiparação, por justiça, uma vez que a Pirataria não só está isenta destes impostos, por se tratar de crime, como em nada contribui com o desenvolvimento social ou mesmo dos produtos fonográficos, muito pelo contrário, pois estes estão deixando de ser produzidos no Brasil dando lugar a produções estrangeiras que vem para o país com seus custos pagos pelas matrizes internacionais.



COMO FICA O BRASIL NESSA LUTA



A Indústria do entretenimento, onde a música é sua arte maior, é vista como uma das mais progressistas, equalizadoras sociais, vistos os exemplos acima descritos, assim defender uma emenda como esta trará foco a essa indústria e, com certeza, grande desenvolvimento para todos, mais produção musical, mais postos de trabalho, mais consumo e mais repercussão internacional.



Lembre-se que Luiz Gonzaga e Heitor Villa-Lobos têm a mesma importância cultural para o país tendo vindo de camadas sociais e com bases educacionais opostas, sendo o elemento equalizador destas duas diferentes realidades a música.



“TODA ARTE ASPIRA SER MÚSICA”. Sófocles





VAMOS À LUTA PARA APROVAÇÃO DA PEC 98/07!



Data: Dia primeiro de abril de 2009



Maiores informações:



ABMI - Associação Brasileira da Música Independente

Executivo - José Celso Guida - abmi@abmi.com.br

Telefone: 11 3063-1676

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Rei Momo destaca importância do Carnaval nos bairros

Haverá festa em Periperi, Pau da Lima, Liberdade, Plataforma, Cajazeiras e Itapuã
A realização do Carnaval nos bairros de Salvador é uma iniciativa da Prefeitura Municipal que colabora para a democratização e ampliação da maior festa popular do planeta. A ação vem ganhando a simpatia da população e dos artistas locais que fazem a alegria do folião. O cantor e compositor Gerônimo, eleito Rei Momo do Carnaval 2009, é uma das personalidades que destacam a importância dessa realização.
O artista entende que o Carnaval é uma manifestação livre da população e a realização nos bairros, além de ser um resgate dessa liberdade, garante a participação dos cidadãos que não têm dinheiro para se deslocar aos circuitos oficiais. "Fazer o Carnaval nos bairros é um resgate da tradição da festa da cidade", reforça o Rei Momo. A Prefeitura realiza a festa nos bairros de Cajazeiras, Pau da Lima, Plataforma, Liberdade, Periperi e Itapuã.
O cantor também destaca que o processo de escolha do Rei Momo e a mistura de ritmos que existe na folia da capital baiana são aspectos que dinamizam e democratizam a festa. "É importante que haja uma diversidade musical, e o Carnaval de Salvador é também uma mistura de ritmos e nisso quebramos um paradigma", diz Gerônimo, um dos mais importantes artistas do cenário musical baiano.
"A escolha de uma pessoa notória e pelo voto popular é outro paradigma que quebramos e com isso reforçamos a identidade do Carnaval de Salvador, a maior festa popular do planeta", acrescentou. "Fui eleito com quase três mil votos, estou muito honrado".
O Rei-cantor afirma também que fará o show da abertura do Carnaval, na Praça da Revolução, em Periperi, no Subúrbio Ferroviário, e que gostaria que novos artistas da música baiana subissem ao palco com ele. "O Carnaval nos bairros também é importante para que os artistas ainda não conhecidos possam se apresentar e mostrar seus trabalhos para a grande massa", concluiu.


Fonte: Secom

Prefeitura inicia credenciamento para o Carnaval 2009

Profissionais de comunicação podem se inscrever até 6 de fevereiro para a cobertura da maior festa popular do planeta
A Secretaria Municipal da Comunicação da Prefeitura de Salvador (Secom) realiza no período de 09 de dezembro de 2008 a 06 de fevereiro de 2009, o credenciamento de profissionais de comunicação para a cobertura do Carnaval 2009.
Os jornalistas deverão preencher uma ficha de pré-cadastramento disponibilizada em três idiomas no Portal Oficial do Município ( www.salvador.ba.gov.br) e em seguida deverá encaminhar os documentos solicitados via Sedex ou Carta Registrada para a secretaria no seguinte endereço: Avenida 7 de Setembro, n° 89, Edifício Oxumaré, sala 701, Ladeira de São Bento, Centro da Cidade CEP 40.060.000 Salvador – Bahia.
Os jornalistas brasileiros vinculados a empresas de comunicação deverão encaminhar cópia do CPF e do Registro Geral, número e comprovação do registro profissional (DRT/MT), duas fotos 3x4, solicitação pro escrito, com timbre do veículo e assinado pelo diretor/editor ou responsável pela cobertura.
Além desses documentos, os autônomos deverão apresentar por escrito uma justificativa do trabalho que será realizado no Carnaval 2009.
Os jornalistas estrangeiros também devem apresentar os documentos solicitados, incluindo o registro do passaporte ou identidade profissional.
No caso de empresas virtuais, também devem ser entregues a URL do site.
O profissional credenciado pela Prefeitura de Salvador terá acesso ao Centro de Imprensa instalado no Hotel da Tropical da Bahia, no Campo Grande. O Centro de Imprensa é dotado de terminais de computador conectados à internet, linhas telefônicas, fax, copiadoras e equipamentos para transmissão de fotos digitais.
A Secom frisa que alguns blocos, trios elétricos e camarotes possuem credenciamento próprio para imprensa.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

entrevista com Luiz Caldas

Luiz Caldas
Precursor. Pai do Axé Music. Genial instrumentista. Não importa o rótulo, mas o conteúdo desse talentosíssimo artista baiano, autor de sucessos como Fricote, Haja amor, O que que essa nega quer?, Tieta, Magia, É tão bom... Nesta entrevista exclusiva, Luiz Caldas comenta sobre trabalho intelectual, plágio, Carnaval, música na Internet, seu lado instrumentista, omissão dos nomes dos autores pelas emissoras de rádio...


Existe um preconceito muito grande da sociedade em relação ao trabalho do criador intelectual. Muita gente acha que, para trabalhar, é preciso sair de casa e ir ao local de trabalho. Muita gente pensa que o artista só trabalha quando faz show. O que você pensa do trabalho do criador intelectual?
Luiz Caldas: Veja esse exemplo da natureza: a raiz. Ela fica escondida. É a parte mais importante da planta. O poder do criador está aí. Mesmo que ele fique em casa, e por mais que a sociedade acoberte o seu valor. Os nomes dos compositores não são citados. Isso não acontece no livro, que, geralmente, não é interpretado por outra pessoa. O nome do escritor está lá estampado. Eu acho isso terrível: até um diretor de gravadora, muitas vezes, é mais reconhecido que o autor, mesmo sem ter feito nada. E o compositor fica escondido.
Você tem algum método de criar? Um horário específico?
Luiz Caldas: Eu tenho várias formas de compor. Noventa por cento das minhas músicas eu faço tudo junto: letra, música, melodia. Tudo ao mesmo tempo. De um tempo pra cá, eu comecei a compor mais na praia. Sem instrumento. Só com a cabeça mesmo. “Deus” é uma música que fiz assim [“Deus” é uma música instrumental. Belíssima. Feita para violão-solo].
Minha parte mais deficiente seria a poética, pelo fato de eu ter estudado pouco. Por isso, eu tenho recompensado lendo muito, até bula de remédio (risos). Ver uma palavra nova, ver se o seu significado, realmente, não é tão carregado, tão pesado... A gente vai envelhecendo e vai tendo mais cuidado.
Você acha que a música é só inspiração? Acredita que se pode criar mesmo sem estar “inspirado”?
Luiz Caldas: Eu não forço, não. Forçando, correria o risco de ter um filho com algum defeito. Eu iria amá-lo do mesmo jeito, mas iria saber que aquele defeito existe. Se a música nasce naturalmente, ela vai ser saudável, por mais simples ou boba que seja. Pesquisar é uma coisa. Compor é outra. Depois, você pode juntar o que pesquisou e transformar em uma música. Queira ou não queira, a pesquisa vai provocar a inspiração.
Você já fez uma música e, logo depois, disse para si mesmo “isso já existe”? Você já teve essa sensação de “plágio”?
Luiz Caldas: Já aconteceu e acontece várias vezes. Eu fico preocupado, até porque trabalho com música popular. E a música popular é como se fosse um grande baú cheio de umbus (risos). Todo mundo vai escolhendo o seu. “Esse não tá bom”. E bota de novo lá... Muitas vezes, você acaba pegando um umbu que várias pessoas pegaram várias vezes, entendeu? Eu tenho um pouco de cuidado com isso. A sensação é terrível. Você fica naquela dúvida: “já ouvi isso...”. Às vezes, a sensação é muito boa, quando a gente faz uma canção belíssima, e ela nasce tão naturalmente, que a gente não acredita que é o pai.
Você é também instrumentista. Um grande instrumentista. Nem todo mundo conhece esse seu lado. As pessoas conhecem bem mais o Luiz Caldas intérprete, precursor do Axé Music. Queria que você dissesse qual o instrumento que você acha que toca melhor.
Luiz Caldas: Muita gente não sabe que sou mais instrumentista que cantor. Mas eu não provoco que as pessoas saibam disso. Espero que saibam naturalmente. Eu não quero que haja uma “forçassão de barra” como instrumentista, sacou? Não quero que haja uma cobrança das pessoas, esse monstro da ansiedade: “o que é que você tem de novo”? Mas, sem sombra de dúvida, meu instrumento preferido é o violão. É o que eu me sinto melhor. O que a minha cabeça imaginar, os dedos fazem, podem proporcionar. Há esse link legal. Porque, muitas vezes, você tem a mente totalmente aberta para determinado instrumento, mas os dedos não estão preparados, não estão à altura para isso. Eu gosto muito, também, de guitarra, instrumento semelhante ao violão, apesar de ser tocado com palheta. Tem a guitarra baiana, também, um instrumento que gosto de tocar. E piano... Eu gosto de todos os instrumentos, mas o meu instrumento é o violão.
Vamos falar de Carnaval. Você foi precursor de tudo isso que se chama “Axé Music”. O primeiro artista de âmbito nacional, que estourou na década de oitenta, quando não havia ainda uma profissionalização, não havia toda essa indústria.
Luiz Caldas: Antes, a gente negociava com a música. Depois que foi criado o Axé Music, muitos artistas deixaram de negociar com a música. Eu mesmo, por exemplo. A gente passou a negociar com os políticos, para ver se podia tocar ou não. Porque [o Carnaval] passou a existir. “Ah, se passou a existir, é nosso. Nós [políticos] é que cuidamos”. Mas, na hora de fazer, ninguém foi lá dizer que a gente não podia subir no trio e tocar. Não existia o que existiu, por exemplo, no Carnaval de Olinda, onde a política chegou e disse: “Não vai mudar, não. É Vassourinha.” Ficou só isso. Mas a gente sabe que lá tem muitas outras coisas. Então, a gente conseguiu criar um lance. E, nesse momento de criação, a gente negociava a irmandade, o bom relacionamento. Eu não tinha verba para negociar. João Américo [reputado técnico de som], por exemplo, me fazia som “fiado”. Não era de graça, mas ele só recebia depois, quando a gente gerava o dinheiro. Todo mundo saía satisfeito. Não existia aquela coisa de “aquilo ali vai rolar grana”. A gente não fazia para rolar grana. A gente fazia para ter a festa. Porque não tinha. Havia o Circo Relâmpago, mas que tinha a cara do Rio de Janeiro, dos artistas do Rio. Cults, emergentes, veteranos. O Troca de Segredos, não, teve a nossa cara, as nossas músicas. Eu passei três anos dizendo: “olha, meu LP está vindo”. E a galera: “quando é que vem, velho?” E a gente tocando as músicas. Maturando. E foi um disco belíssimo, que tem, por exemplo, Magia. E tem Fricote [“Nega do cabelo duro...”], que foi a música mais ligada ao Carnaval, que o grupo não queria que entrasse no disco. Porque o disco era muito bem elaborado, com salsa, com todo tipo de coisa. De repente, uma música tão boba no meio... Eu disse: não. Mas eu venho do Trio Elétrico. Eu venho do povo. Eu sou popular. Eu não sou erudito nem nada disso. Eu sou uma pessoa normal, entendeu? Eu quero ter direito a ouvir tudo. Eu sou como Lula: eu tenho duas orelhas (risos).
De vinte e cinco anos pra cá, diga uma coisa que melhorou e outra que piorou no Carnaval da Bahia.
Luiz Caldas: Uma coisa que é melhor do que antes? Não está ligada ao Carnaval. Está ligada ao que o Carnaval usa: tecnologia. Mas o que é que a tecnologia tem a ver com o Carnaval? Nada. Mas os aparelhos melhoraram, a sonorização de trio melhorou. Se o carro melhora, o trio vai ser melhor. Mas eu não sei até que ponto isso melhora a festa em si. A espontaneidade não vai mudar em nada. Musicalmente, a música segue sendo assassinada. Eu estou falando pela humanidade, da música em geral. Se a gente for pensar, em 1440, você ouvia Palestrina. E já tendo ouvido Mozart, Bach, Tchaikovski, Ernesto Nazareth, Carlos Gomes, Pixinguinha... Aí chega MC Serginho Lacraia. É cruel. Então, você vê uma evolução, por exemplo, entre o disco de Caetano “Araçá Azul” e esse que ele fez agora de rock [“Cê”]? Você vê uma evolução musical? Eu vejo, sim, uma evolução como ser humano. Ele está se relacionando com as pessoas, diretamente, com a linguagem que elas estão ouvindo hoje em dia. Mas ele não evoluiu. Ele teve que involuir para poder descer o degrau dele e ficar na mesma altura. Ele fez aquele disco [Araçá Azul] pra ele. Este outro, não, é um trabalho jovem, de aproximação. Não estou dizendo que ele está forçando a barra, porque ele [Caetano] é ele. Natural pra caramba. Então, isso é para permear o que eu estou dizendo sobre evolução musical. Então, o Carnaval não pode fugir a essa regra. Ele já teve épocas melhores, com músicas do Olodum maravilhosas. Samba-reaggae, coisa e tal. Mas, hoje, está perdendo para as marchinhas “Alalaô, ôôô, ôôô”. Eu prefiro ouvir uma marchinha dessa do que certos axés e pagodes que estão sendo feitos. Há uma oscilação muito grande. E o pior que é uma oscilação entre o ruim e o duvidoso.
Porque o povo quer a festa. A festa é necessária. Psicologicamente falando, o cara trabalha e ele tem que ter a diversão, senão ele pira. Não é isso?
O anfitrião da festa, que é a alegria, ficaria muito mais satisfeito.
Com a Internet, como fica a música neste século XXI? O CD vai acabar?
Luiz Caldas: O fim da mídia está ligado, totalmente, às indústrias que fabricam leitores. Enquanto houver leitor ótico, o CD vai estar funcionando. Depois que não tiver... Eu tenho vinil pra caramba, mas não tenho agulha. Eu queria escutar LP. Parei de escutar. Hoje em dia, a música é um sinal. Tendo o sinal, já foi. É possível mandar pela Internet, em MP3.
O que você acha de as rádios não dizerem os nomes dos compositores? Você acha que as emissoras perderiam a dinâmica com a inserção desses nomes?
Luiz Caldas: Não, de forma nenhuma! Eu acho necessário mencionar os nomes. Os caras falam tanta abobrinha, bicho! Locutor de rádio fala tanta coisa desnecessária para poder encher o tempo. Não é depreciar. Muitas vezes, existe uma falsa alegria: "Ôôôiii, como vai você?" [imitando a voz de locutor]. Mas, por que não usar um tempinho para informar? É maravilhoso! Você já pensou ouvir uma música bonita pra caramba na voz de Chico Buarque e, depois, a grata surpresa de que a música é de Zeca Baleiro, que é um cara de outra geração? Eu acho que isso é rádio. Isso é comunicação. Esse é o verdadeiro papel da comunicação: informar.
Você chegou a fazer o famigerado exame da OMB (Ordem dos Músicos do Brasil)?
Luiz Caldas: Eu nunca fui ligado nessa coisa de Ordem dos Músicos. Eu sempre me senti músico. Desde os sete anos de idade, eu me vejo como músico. Desde criança é isso. Então, a minha vida é música. Eu cheguei lá [na sede da OMB] e foi uma facilidade. Eu nem me lembro como foi [o exame de Ordem]. Só sei que eu paguei uma coisa que tinha que pagar e me deram a carteira, que eu não uso. É uma coisa meio estranha.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

diretor do sindimusicos-ba em lauro de freitas recebe Premio Internacional

Carlos Venttura recebe prêmio internacional


A Abrasa - Associação Afro-Brasileira de Dança, Cultura e Arte, entidade internacional com sede na cidade de Viena (Áustria), irá promover o 2º Áustria-Brasil em Movimento 2009, que terá o tema "A Evolução da Cultura Negra no Brasil e Seus Reflexos no Mundo", projeto este que tem a parceria da Universidade de Viena.


Carlos Venttura foi o artista brasileiro que se destacou no ano de 2007/2008 com trabalhos em prol da categoria artística, à frente da Unialf - União dos Artistas de Lauro de Freitas e da representação local do Sindimúsicos - Sindicato dos Músicos Profissionais da Bahia, promovendo diversos trabalhos com artistas locais e desenvolvendo ações coletivas com diversos segmentos artísticos. Estes trabalhos têm inspirado a criação de diversas entidades com a mesma diretriz da Unialf, no Brasil, África e Europa.

Por estas ações e pelo conteúdo da sua obra literária e musical, a qual vem tendo destaque em países de língua portuguesa e da comunidade européia, Carlos Venttura foi escolhido, através de pesquisa feita pela Abrasa, como o Homem da Cultura no Brasil 2008. A Abrasa deverá premiar 10 outros brasileiros em outras categorias, muitos baianos deverão estar nesta lista dentre eles Antônio Godi, Ubiratan Castro e outros.

Carlos Venttura é um ativista Artístico-Cultural. Ele batalha para que os projetos coletivos - oriundos da classe artística - tenham destaque e possam ter apoio do governo e dos empresários. Venttura apóia aos artistas para se organizarem, fortalecendo o associativismo e atividades de parcerias entre os diversos seguimentos.

E por conta deste maravilhoso trabalho, foi convidado pela Prefeita Moema Gramacho para colaborar com seu conhecimento na Secretaria de Cultura de Lauro de Freitas, no Departamento de Cultura. Nesta função Carlos Ventura luta para implantação de projetos e parcerias com a classe artística, governo e empresários.

Carlos Venttura bateu um papo descontraído com Valdeck Almeida de Jesus sobre o Prêmio e muito mais. Confira!



Valdeck de Jesus: Carlos Venttura, como você recebeu a notícia do Prêmio e o que isso representa para você?

Carlos Venttura: Bem, recebi com muita surpresa e ao mesmo tempo alegria, pois o prêmio foi concedido a mim pelo conjunto da minha obra literária e musical, que vem tendo uma crescente aceitação fora do Brasil, mas acima de tudo ao Coletivo Artístico e à UNIALF. O premio é dos artistas da entidade, que acreditaram que é possível promover e dar destaque aos seus trabalhos, pensando coletivamente e dando tudo de si para que seus projetos sejam realizados e transformados em algo concreto. Eles, sim, os artistas da Bahia, são os responsáveis diretos por este prêmio, pois enquanto Artista eu sempre trabalhei e acreditei em mim e no meu talento e sabia, lá no fundo, que coisas boas seriam conseqüência deste trabalho. Da mesma forma que estes artistas da UNIALF e outros que têm tido contato com esta coisa maravilhosa que é produzir junto com seus pares, todos sabem, lá no fundo, que isso é possível e tem visto isso em pouco tempo de existência da UNIALF. Esta entidade já nasceu grande, realizando seminários, encontros, shows, projetos, e com pouco mais de um ano tem colhido frutos de todas estas ações de trabalhar o Coletivo para o Coletivo.

Valdeck: Seu Trabalho tem tomado um rumo que você esperava, já que você vem tendo um reconhecimento no exterior. Você esperava por isso?

Carlos Venttura: (Risos) Olha, eu não esperava isso de ter meu trabalho reconhecido fora do Brasil e da Bahia. Em princípio eu recebia estas informações de que fora daqui algumas pessoas baixavam minhas músicas na internet e meus poemas, cartas e crônicas além da minha peça "Conjecturas", que escrevi também a trilha sonora. Um número muito grande de pessoas já leram e gostaram dos meus trabalhos e esta peça, em particular, já teve diversas montagens pelo Brasil afora por grupos experimentais e alunos de teatro.
Com uma certa tristeza eu recebia estas informações de não poder difundir meu trabalho aqui na minha terra; a tristeza de não ter o reconhecimento pelo meu trabalho em minha cidade. Mas tudo tem que ter um começo e acredito que agora é o meu começo, o dito popular (Santo de Casa não Faz Milagre). Você Valdeck, como escritor e batalhador, assim como eu, pela difusão do coletivo sabe que quando não tem um "Quem Indicou" tudo é difícil. Temos visto uma mídia que cria heróis, ídolos e bandidos ao sabor dos seus próprios interesses, enquanto pessoas como nós e outros talentosos artistas estão por aí perdidos e soltos sem apoio ou divulgação de seus trabalhos.
Nós ainda temos a felicidade de poder ter ferramentas e articulação para divulgar nossos trabalhos e de outros artistas.
O Brasil é um celeiro de Arte e Cultura, mas o que vemos são celebridades vazias a ocupar o espaço da mídia que pertence de fato e de direito a Homens e Mulheres cheios de Dons e Talentos.
Acredito que ações oriundas do coletivo artístico possam fazer com que estas coisas mudem no Brasil, pois só o coletivo que não tem um rosto e sim um corpo é a legitima ação que tem um começo. O artista que produz e se organiza com seus pares tem por fim levar a todos Arte e Cultura, numa multiplicidade de seguimentos e ações.
Mas voltando a sua pergunta inicial, eu no fundo sabia que Deus não iria me dar Dons e Talentos sem que tivesse um justo retorno não só para mim, mas pra quem tem acesso aos meus trabalhos.
E hoje compreendo, sim, os desígnios divinos e ter meu trabalho difundido fora é para mim uma dádiva. O reconhecimento do meu trabalho vindo de outros países é o inverso dos que aqui são notórios e sonham ter seus trabalhos reconhecidos fora do Brasil. Sou sim um privilegiado por isso e agradeço as pessoas de outros países e aqui do Brasil também que me enviam e-mail e mensagens na internet por estarem felizes com o que absorvem do que eu produzo.
Pessoas que dizem se identificar com o que eu escrevo e canto: quer um prêmio maior que esse? (Risos)

O que me deixa também muito feliz é que além de receber o Prêmio eu estou sendo convidado para fazer um Show lá em Viena e serei um dos palestrantes na conferência promovida pela Abrasa e Universidade de Viena, ao lado de Grandes nomes das Artes, além de intelectuais europeus, nomes como Antonio Godi, Emilia Biancard, Capinan e outros estarão lá, para falar sobre o tema: A Evolução da Cultura Negra no Brasil e Seus Reflexos no Mundo. Isso é reflexo da difusão do meu trabalho.

Valdeck: A que você relaciona esta difusão do seu trabalho?

Carlos Venttura: Eu credito a difusão do meu trabalho a uma grande ferramenta: a INERNET. Ela é a mais barata e eficaz ferramenta de divulgação de trabalhos e pesquisas. Muitos amigos e colegas diziam "Rapaz, você é maluco em divulgar seus trabalhos na rede; podem roubar e é uma perda de tempo... ainda mais de graça..." Mas eu sempre acreditei e dizia "Os Dons e Talentos que a mim foram confiados pela força divina e superior foi me dado de graça e grana é conseqüência; partindo desta ótica, agindo assim, meus trabalhos será uma fonte que nunca secará, pois os estímulos vindo daqueles que têm acesso ao meu trabalho é o combustível perfeito para que esta fonte seja bem nutrida.

Valdeck: Hoje você está na Secretaria de Cultura de Lauro de Freitas. Qual a diferença do Carlos Venttura Artista e Sindicalista para o Carlos Venttura na Administração Pública?

Carlos Venttura: A principal diferença é que quando você está na administração pública para direcionar trabalhos sérios, voltados para a melhoria da classe, tendo como objetivo investir no coletivo e ajudar a organizar os segmentos artísticos e os grupos culturais, tendo o apoio da administração e de seus superiores para isso, você às vezes esbarra em interesses de pessoas que estavam acostumadas a sempre dar um jeitinho de estar se dando bem... Isso acontecia em detrimento da falta de organização da classe e dos grupos, então estas pessoas passam a usar você como vidraça, pois é só isso que sabem fazer quando seus interesses mesquinhos são atingidos em cheio, pessoas que não sabem construir para os outros e sim destruir .
Eu já esperava isso, mas não imaginava que seres humanos poderiam se rebaixar tanto a ponto de jogar sujo e até ameaçar sua integridade física por conta destes terem seus esquemas desfeitos.
A estas pessoas eu respondo com trabalho e os entrego à história, que fará o verdadeiro julgamento moral delas, pois nada fica oculto por muito tempo, principalmente esquemas e transações escusas para beneficiar alguns.
Eu tenho a convicção que o servidor público está na administração pública e deve expor para que suas ações sejam julgadas pela população. Quem não parte para o enfrentamento político e não está preparado para discussão ampla com os artistas e grupos, não deve ocupar cargos públicos.
Sempre que tratei com o governo negociando e representando a classe pelo Sindicato e pelos seguimentos artísticos e pela UNIALF, apresentei projetos viáveis a realidade do governo e dos artistas. Eu sentava para negociar, como ainda faço, mostrando a viabilidade e apontando caminhos para a realização destes projetos, sabendo com profundidade das reais possibilidades financeiras do governo que, infelizmente, só conta com 1% dos recursos destinados para cultura.
E hoje não é diferente; só que agora eu mostro a classe que é possível ter muito mais, mostrando no governo que com pequenas ações, através de parcerias com a iniciativa privada, podem ser feitos grandes projetos.
Aplicando a minha experiência adquirida no sindicalismo para negociar com os empresários junto com os artistas, convenço a todos que é viável e rentável aplicar e investir em cultura e arte. Demonstro a todos que ter a sua marca agregada a projetos socioculturais e a eventos voltados a cultura e arte é um investimento que tem seu retorno garantido. Onde tem arte se vende muito mais e as empresas que não têm investimentos na área da cultura estão perdendo o grande filão do século. Os investimentos voltados para arte e a cultura serão os mais rentáveis no futuro, falo isso tendo como balizador o crescimento da economia da cultura que beira em torno de 6% do PIB.

Portanto, as posições mudaram mas não a essência do homem Carlos Venttura. Eu fico triste em não poder ajudar a todos os que me procuram para viabilizar ações e projetos. Sou visceral quando me decepciono ou sou atingido com golpes baixos mas não levo isso para o meu lado de homem público; fico magoado com alguns colegas que não compreendem minhas colocações ou usam elas de forma a distorcer o que realmente eu queria dizer ou fazer.
Eu uso sim da minha experiência de ter batalhado muito em busca de espaço, sabendo das reais dificuldades de ser artista e de sempre dividir com meus colegas minhas vitórias e espaços, para fazer com que todas as demandas chegadas até a mim possam ter um caminho em que todos, ou quase todos, possam ter suas necessidades atendidas, na medida do possível. E isso é o que é legal: poder fazer com que meus colegas sintam e vejam que fazem parte disto, participem das discussões e construções dos projetos voltados para eles, isso faz com que eles - os principais interessados - sejam o centro destes projetos.
Tenho que registrar isso, pois estas nossas ações têm o aval da Diretora de Cultura Emanuela Ferreira, que nos dá total liberdade de trabalhar e de ser este elo entre os artistas, o governo e a iniciativa privada na busca de viabilização de ações e projetos. Esta forma de atuar só é possível numa gestão democrática como a da Prefeita Moema Gramacho, à qual agradeço pelo convite para fazer parte desta gestão; agradeço, também, àqueles acreditaram no meu potencial.

Valdeck: Como você pretende comemorar o prêmio e onde é possível ter acesso ao seu material?

Carlos Venttura: Comemorar? (Risos) Já estou comemorando Trabalhando muito nos projetos coletivos para 2009, principalmente no que diz respeito a representar Lauro de Freitas e o Brasil no Evento da Abrasa, quando receberei o Prêmio. Tenho certeza que voltarei de lá com alguns projetos e propostas amarradas para os nossos projetos coletivos aqui em Lauro de Freitas.
Comemorarei nas minhas apresentações que encerram o ano de 2008. Lançarei o projeto coletivo "Lauro de Todos os Cantos", com colegas expoentes da música da nossa cidade, no dia 20 de dezembro, no Centro de Cultura de Lauro de Freitas (Cine Teatro).
A comemoração continua no meu show intimista, com trabalhos autorais e canções de grandes nomes da MPB, no dia 31 de dezembro, abrindo o Reveillon da barraca Portal do Mar, em Ipitang,a junto com a Rymanay e Adão Negro.

Quanto a meu trabalho ele pode ser conferido nos sites:
www.recantodasletras.com.br/autores/carlosventura
www.palcomp3.com.br/carlosventtura

Valdeck: Você não está mais na direção da UNIALF? O que houve?


Carlos Venttura: A UNIALF faz parte da minha vida. Agora não tem como separar meu Minha Imagem da entidade; sou sócio-fundador e idealizador da Unialf junto com outros grandes artistas. O que houve foi que, ao atender o chamamento para ocupar um cargo público, eu tive que me licenciar da Presidência. E como reza o estatuto, ocupo hoje o cargo de Presidente de Honra. A entidade está em boas e mãos: a Vice-Presidente é a talentosa e competentíssima Artista Plástica e Coordenadora de Artes Visuais, Thais Podleskis, que tem feito um maravilhoso trabalho com os Artistas Plásticos da UNIALF, com uma série de exposições que iniciaram no 1º semestre deste ano de 2008 e encerra em março de 2009.
Aliás, a equipe da Diretoria Executiva e Coordenadores de Artes são de Artistas competentes a capazes. Eles estão de parabéns pelas realizações e projetos.
Portanto, continuo associado e a par dos projetos e assuntos da entidade, só não dirijo a mesma porque agora ocupo cargo público e para não caracterizar conflito de interesses, pois isso não seria legal para a entidade.
Antes que eu esqueça, as exposições da UNIALF estarão no SAT da estrada do Coco, até fevereiro de 2009 e teremos no dia 13 a 1ª Exposição dos Grandes Mestres. Os Professores Juarez Paraíso e Márcia Magno exporão em Solo Lauro Freitense em 46 anos de emancipação.
Em fevereiro do próximo ano a UNIALF estará com mais uma grande exposição no aeroporto de Salvador, em homenagem ao grande e inesquecível Dorival Caymmi.
Quero agradecer de público à Infraero por proporcionar a estes Artistas a possibilidade de expor no Aeroporto e levar o nome da entidade UNIALF aos visitantes que chegam e saem da nossa querida Salvador.
Aproveito para convidar aos artistas de todos os segmentos, que façam uma visita em nossas reuniões, se interem sobre os projetos e se associem, pois juntos eles podem muito mais!
Podem ligar para o (71) 8826-5721 para maiores detalhes.

Valdeck: O ano está findando e a administração Moema Gramacho terá continuidade, atendendo o clamor das urnas com mais um mandato, e quando inicia um novo mandato é natural que haja uma dança de cadeiras no governo, você irá permanecer trabalhando na Secretaria de Cultura de Lauro de Freitas?

Carlos Venttura: A única certeza que eu tenho é que amanhã será amanhã, eu estando vivo ou não; quanto a permanecer na Secretaria ou não, isso é uma decisão da Prefeita Moema Gramacho e do Secretário ou Secretária de Cultura. Caso haja mudança na cadeira de Secretário, tenho plena convicção que cumpri a minha missão, atendendo o chamamento da Senhora Prefeita e estarei à disposição para atender um novo se assim for os seus planos. Estarei sempre na labuta, em defesa dos direitos da classe artística e dos projetos coletivos junto aos seguimentos artísticos e culturais da nossa cidade, seja dentro ou fora do Governo, negociando com ele ou para ele, com empresários ou artistas.
Graças a Deus tenho a tranqüilidade de poder sentar em qualquer lado da mesa para negociar em qualquer posição que for escalado; tenho caráter e honra para isso, apesar de nos dias de hoje muita gente não dar a devida importância a estes valores. (Risos)

Valdeck: Carlos Venttura, parabéns pelo prêmio. Você é um batalhador e merece este e muitos outros Prêmios. Saiba que a minha coluna estará sempre a sua disposição, seja para divulgar prêmios ou projetos.
Boa sorte na Secretaria de Cultura e que você permaneça lá para realizar com a equipe do Departamento de Cultura bons projetos para os artistas e as artes de Lauro de Freitas, pois pelo que sei, você poderá fazer muito mais do que já fez e os artistas terão muito a ganhar com a sua permanência.
E neste clima de fim de ano e Natal qual a mensagem que você quer deixar para os leitores aqui da minha coluna e para os artistas?

Carlos Venttura: Gostaria de agradecer pelo espaço que você disponibilizou para divulgar este nosso Prêmio, pois você também é responsável por ele e um Batalhador, Parceiro e colega Escritor que desenvolve trabalhos literários coletivos e sempre que é solicitado para ajudar em prol da classe artística e literária está sempre a disposição. Lembro-me quando convidei você para participar do nosso Projeto "Ciranda das Artes", quando trouxe do Rio de Janeiro e montei o 1º aqui na Bahia, na Barra. Você não mediu esforços para organizar comigo, divulgar e convidar os Escritores e Artistas Plásticos para participarem. Foram três meses de Música, Literatura e Arte.
Você é um grande guerreiro!
Obrigado por tudo!
A mensagem que eu deixo é que agora, com a proximidade do natal, as pessoas possam refletir sobre como elas agem com o seu próximo. Será que agem como deveriam? Será que a forma que elas tratam seu próximo é a forma que elas querem ser tratada?
Desejo, de coração, que a luz do Divino Criador possa estar no coração de todos, preenchendo os cantos vazios e iluminando a vida de todos nós.
E que o ano de 2009 seja de realizações, de projetos pessoais e coletivos.
Paz no coração de todos.
Fonte: Galinha Pulando

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

MÚSICO SINDICALIZADO, FORTALECE A CATEGORIA!!

Ao longo dos anos nossa categoria vem sendo tratada com total desrespeito pelos poderes publicos e contratantes de modo geral. Fomos praticamente banidos do carnaval, e por quase uma decada estivemos a margem.

Hoje no entanto, depois de muitos embates, temos algumas conquistas à serem comemoradas, dentre as quais podemos destacar a vaga permanente no COMCAR (conselho municipal do carnaval) a reforma das instalações fisicas do nosso sindicato, a parceria com o culturaprev, plano de previdencia privada, administrado pela Petros. Que possibilita ao músico programar sua aposentadoria visando dessa forma uma velhice tranquila, além de dar ao músico que ainda encontra-se na ativa, amparo em caso de doença e/ou acidente, dando dessa forma, mais dignidade ao exercicio da nossa profissão.

Visite o seu sindicato, conheça nossa casa e participe. Sindicalizado o músico é respeitado e orientado sobre seus direitos e deveres, além de ajudar a fortalecer a nossa profissão... nossa categoria!



Venha!!! Junte-se à nós, estamos esperando sua visita em nossa sede no Ed. Themis-sala 614. Pça. da Sé - Salvador/Ba. Tel. (71) 3322-1518. e-mail: sindimusicos_bahia@yahoo.com.br